quinta-feira, 18 de março de 2010

Uma breve percepção da espontânea arte natural



Em muitas manhãs de outono elas começam
a mesma sinfonia de sempre.
Aquela que é composta pelos passos de quem as pisa
secas e sem vida...
São apenas folhas...

Pode se dizer que se trata da bela e fria melodia dos mortos.
O compositor, um místico querendo se revelar
através de passos de todos:
Pessoas boas e outras nem tanto...
Homens e mulheres, crianças e idosos...
Ricos e pobres, loucos e gênios.

Em um pavimento da grande cidade,
sem nenhuma atenção ou público,
são só folhas. De uma mãe sem filhotes nem ninho.
E nem sequer estão vivas...

Mas sua musica tão misteriosa e sensivel
nos mostra que vivemos a mesma vida que elas.
E no subconciente a música nos passa uma revelação:
"Temos" uma grande terra e essa terra nos tem...

A Natureza com sua arte tão inocente
pinta e esculpi suas paisagens fantásticas
por si só transmuta filosofia ao vento...
sob a visão, o sol e a lua, sem a guerra dos outros "elementos".

Dentro de seu nuclear aspecto
há um romance cósmico
e em suas sinfonias sobram tristezas e alegrias
por notas divinas e infinitas...
e nós sem perceber participamos sempre...
sem querer...
como pelas folhas secas
que é o minimo que a terra possui
mas são o despertar de uma essência
de outonos e outonos, de muitas cidades...
pisadas por pessoas e pessoas...

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